[I]
[sórdidos diante da vastidão estreita
[sórdidos diante da vastidão estreita
da penínsulado peloponeso;
seus olhos todos do mundo
voltaram-se, atônitos, uns para os outros]
marchavam hóplons, lanças e fortalezas;
teseu cansou e lamentou no canto,
no labirinto da sua beleza, o espanto
tamanha força de tal natureza;
o rei que havia se atirado ao mar
inebriado, defronte a morte
e outro que viu brotar em suas próprias mãos
a glória em puro-ouro da sorte;
“assistam todos a derrocada indelével
a quebra eterna dos seus paradigmas
e vejam como assim o faz a história
que sangra e jorra ao nascer dos dias”
[II]
Bastou ao tempo que corressem os anos
[II]
Bastou ao tempo que corressem os anos
E os tantos outros que por ali passaram
O estandarte-águia dos reais romanos
Helenizaram, mundo-do-mediterrâneo;
À Hélade, longos os juramentos
Juraram aos deuses, a Jano, a Baco
Num latim só sem estranhamento
[Banharam suas ancas em vil conhecimento]
E quem balbuciava a língua do norte
O guerreiro escuro, a espada e o forte
Foi levar de novo à tal civilização
Uma nova era sob a escuridão.
[III]
(Trouxeram-me de volta
ao continente,
Arredios e inconstantes,
Navios)
As frotas domam o horizonte,
O além-mar da alma
e o insolúvel temor da vida;
E ver tamanha imensidão obscura,
e quando claro, um infinito azul profano;
As caravelas, naus, torpes galeras
enchem-se da fina melancolia,
dos seus inabaláveis homens de terra,
de mar,
de dor,
de tenra agonia;
Mas o que há de novo no mundo
além do Cabo-da-Boa-Esperança?
andar-se-ão os homens num sono profundo
ou numa tórrida e inconclusiva vingança?
E a morte certa peregrinação,
a vã ganância de quem vem do norte,
é certa, ingrata, preocupação
de viver bem ao bel prazer da sorte.
continua...
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